Friday, December 29, 2017

PATERSON

Dirigido por Jim Jarmusch, com Adam Driver, Golshifteh Farahani (2016, cores, 118 mn)
(Vida normal / Adultos)

Um filme calmo sobre um jovem motorista de autocarros que é também poeta e vive com a mulher numa cidade pacata dos Estados Unidos, ele cheio de rotinas, ela plena de criatividade. 
Um filme sobre o amor, a riqueza da vida de todos os dias, a reação às dificuldades. Um filme cheio de subtis momentos de humor, com um ritmo excelente e ótimas interpretações.

Saturday, December 16, 2017

45 ANOS (45 YEARS)

Dirigido por Andrew Haigh, com Charlotte Rampling, Tom Courtenay (2015, cores, 91 mn)
(Drama / Adultos)

Kate e Geoff estão a uma semana de celebrar o 45.º aniversário do seu casamento, quando Geoff recebe uma carta da Suíça sobre Katya, a rapariga por quem esteve apaixonado antes de conhecer Kate, e que morreu. Com essa carta, o passado invade o presente com uma intensidade que é dramatizada num tom discreto - britânico -, mas sofrido, introduzindo numa vida aparentemente segura  as dúvidas e as buscas que acompanham quase sempre o amor entre os seres humanos.
As interpretações são excelentes, e o filme fica aberto a diversas interpretações.
Tem uma breve cena íntima, essencialmente sugerida.

Monday, December 11, 2017

DUNKIRK

Dirigido por Christopher Nolan, com Fionn Whitehead, Barry Keoghan (2017, cores, 106 mn)
(Drama / Jovens & Adultos)

A batalha de Dunkirk, que decorreu durante a II Guerra Mundial, consistiu na defesa e evacuação das forças britânicas, mas também francesas, polacas, belgas e hoolandesas, num total de quase 340.000 homens, para o Reino Unido, para escapar aos nazis. Sendo feita sob pressão, participaram nessa evacuação embarcações de todo o tipo, incluindo de recreio.
O filme de Nolan - que conta com muitos atores desconhecidos - retrata a situação e o heroísmo normal de quantos quiseram participar neste momento épico, que foi por muita gente, à época, considerado um milagre (por exemplo, as condições atmosféricas e do mar eram perfeitamente atípicas e inteiramente favoráveis à evacuação).

A RAINHA (THE QUEEN)

Dirigido por Stephen Frears, com Helen Mirren, Michael Sheen (2006, cores, 103 mn)
(Drama / Jovens & Adultos)

Quando, em 1997, Diana de Gales, a mui comentada ex-nora da rainha Isabel II, morre num túnel de Paris, é a soberana quem tem de tomar as rédeas do poder, controlando os membros da sua família, passando por cima do oportunismo de Tony Blair e chegando ao povo. Excelente interpretação de Helen Mirren no papel de uma rainha forte, ciente dos seus deveres e desdenhosa do sentimentalismo.

A ÁRVORE DA VIDA (THE TREE OF LIFE)

Dirigido por Terrence Malick, com Brad Pitt, Sean Penn, Jessica Chastain (2011, cores, 139 mn)
(Drama / Jovens & Adultos)

Um filme grandioso, em estilo sinfónico, que pretende captar o sentido da vida, bem como expor a relação entre a natureza e a graça. Por entre imagens da grandeza do universo, da reprodução molecular, de dinossáurios e asteróides, passa a vida de uma família, com os seus conflitos e as suas lealdades – o grande e o pequeno, aquilo que constitui o humano.

NUMA PENSÃO ALEMÃ (IN A GERMAN PENSION)

Katherine MANSFIELD (1888-1922)
Lisboa, Coisas de Ler, 2007
(Literatura / Adultos)

Relatos impressionistas, de humor algo cáustico, sobre a vida numa pensão alemã antes da I Guerra Mundial, vista pelos olhos de uma inglesa no estrangeiro.

O GARDEN-PARTY (THE GARDEN PARTY)

Katherine MANSFIELD (1888-1922)
Lisboa, Biblioteca Editores Independentes, 2008
(Literatura / Adultos)

Conjunto de contos sobre o mundo doméstico da burguesia, cheio de bons sentimentos e emoções puras e românticas à flor da pele.

RECORDANDO A BABILÓNIA (REMEMBERING BABILONIA)

David MALOUF (n. 1934)
Lisboa, Assírio & Alvim, 2009, 256 pp.
(Literatura / Adultos)

Em meados do século XIX, um rapaz de 13 anos originário dos bairros mais pobres de Londres é largado na ponta norte da Austrália, onde é acolhido pelos aborígenes. Dezasseis anos mais tarde, regressa ao convívio com os europeus, mas os sentimentos com que é acolhido nesta comunidade são dúbios. Com um adequado equilíbrio entre realismo e fantasia, este romance trata do difícil acolhimento da diferença com base nos preconceitos, mas também do medo e da ignorância do desconhecido.

BROOKLYN

Colm TÓIBÍN (n. 1952)
Lisboa, Bertrand, 2010
(Literatura / Adultos)

Eilis é uma jovem irlandesa que, como tantos outros compatriotas seus dos anos 50 do século XX, emigra para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor, indo instalar-se em Brooklyn, Nova Iorque. Apoiada pelo padre local, também ele irlandês, encontra emprego, uma casa onde se instalar, e acaba por conhecer um jovem italiano, por quem se apaixona. Quando tudo parecia correr sobre rodas, recebe uma notícia que a faz regressar à Irlanda e à vida que tivera antes de emigrar  só que agora com outro estatuto , o que a leva a questionar a sua nova existência americana.
Numa escrita direta e simples, o autor narra uma história muito interessante, que evoca uma série de questões: a influência do meio na pessoa, a divisão interior que a vida de emigrante impõe, a necessidade da escolha e os sacrifícios que esta comporta.
A narrativa é tão discreta que pode acontecer que o verdadeiro efeito do livro se só sinta depois de a leitura ter terminado.
A pertença religiosa é retratada com grande respeito e conhecimento de causa; é narrada uma cena íntima e há uma referência passageira a um comportamento impróprio.
Ver também: https://www.delibris.org/es/brooklyn.

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Dirigido por John Crowley, com: Saoirse Ronan, Emory Cohen, Domhall Gleeson (2015, cores, 117 mn)
(Drama / Adultos)

Seguindo de perto o livro de Colm Tóibín, o argumento de Nick Hornby acentua especialmente a divisão interior que se impõe a quem tem de escolher uma vida deixando para trás outra(s).
As interpretações são de grande qualidade, sendo a da protagonista soberba.