Fiodor DOSTOIÉVSKI (1821-1881)
Lisboa, Presença, 2001, 637 pp.
(Literatura / Adultos)
Esta é verdadeiramente uma das obras magistrais de Dostoiévski, escrita
a um ritmo tão empolgante que desafia qualquer tentativa de pousar o livro no
final de cada capítulo. Mesmo considerando a especificidade do povo russo de
São Petersburgo no final do século XIX, tão bem descrito neste livro, as 8 ou
10 personagens principais são, todas elas, únicas e imprevisíveis, descritas em
plena acção com a profundidade, a graça e o encanto só conseguidos pela mão de
um escritor sublime. A personagem principal (o príncipe) encarna a bondade e o
desejo de beleza, para si e para os outros. Teimosamente fiel à verdade,
suscita à sua volta uma verdadeira revolução, da qual acaba por ser uma das
vítimas. Mesmo não o desejando, torna-se um irresistível foco de atracção,
trazendo ardentemente à superfície tudo o que existe de melhor e de pior nos
seus amigos, pagando o mal com o bem e tentando amar tudo e todos até ao limite
das suas forças.
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